A prática de cortar medicamentos ao meio é bastante comum entre os pacientes, seja para ajustar a dosagem prescrita pelo médico, seja para facilitar a ingestão do comprimido.
No entanto, essa prática pode acarretar riscos significativos à eficácia do tratamento e à saúde do paciente.
Neste artigo, abordaremos os principais perigos de dividir medicamentos, o que diz a Anvisa sobre essa prática, e quando pode partir comprimido ao meio.
Boa leitura!
Cortar medicamentos ao meio prejudica o tratamento?
Dividir um comprimido ao meio pode parecer uma solução simples, mas essa ação pode comprometer a eficácia do medicamento e até mesmo causar efeitos adversos.
Muitos comprimidos são formulados para liberar o princípio ativo de maneira controlada e contínua ao longo do tempo. Quando o comprimido é cortado de forma não idêntica, essa liberação controlada é interrompida, o que pode resultar em uma liberação rápida e irregular do medicamento no organismo.
Além disso, ao partir o comprimido ao meio, pode-se alterar a absorção do medicamento, fazendo com que o corpo receba doses inadequadas, seja uma dose insuficiente ou uma dose excessiva.
O que diz a Anvisa?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui diretrizes específicas quanto à manipulação de medicamentos.
Segundo a Anvisa, nem todos os medicamentos podem ser cortados ao meio, especialmente aqueles que possuem revestimento especial ou são de liberação prolongada.
Esses revestimentos são projetados para proteger o princípio ativo, garantir sua liberação no local correto do trato gastrointestinal ou controlar a taxa de absorção pelo corpo.
A Anvisa também ressalta a importância de seguir as orientações do fabricante presentes na bula do medicamento. A bula é o documento oficial que contém todas as informações necessárias sobre o uso correto do medicamento, incluindo se ele pode ou não ser dividido. Ignorar essas orientações pode comprometer a segurança e a eficácia do tratamento.
Riscos de cortar o medicamento ao meio
Os principais riscos de cortar um medicamento ao meio incluem:
- Liberação inadequada do princípio ativo: Como dito anteriormente, alguns comprimidos são projetados para liberar o medicamento de forma gradual ao longo do tempo. Cortar esses comprimidos pode resultar em uma liberação rápida e descontrolada do princípio ativo, levando a picos de concentração no sangue, o que pode ser perigoso.
- Doses imprecisas: Dividir um comprimido manualmente pode resultar em doses imprecisas, uma vez que é difícil garantir que ambas as metades contenham a mesma quantidade do princípio ativo. Isso pode levar a subdosagem ou superdosagem.
- Perda de eficácia: A manipulação inadequada pode danificar o revestimento do comprimido, comprometendo sua estabilidade e eficácia.
- Risco de efeitos colaterais: Doses inadequadas ou liberação rápida do princípio ativo podem aumentar o risco de efeitos colaterais adversos, comprometendo a segurança do paciente.
Quando pode partir comprimido ao meio com segurança?
Nem todos os medicamentos são proibidos de serem divididos. Existem casos em que pode partir comprimido ao meio com segurança, desde que o medicamento não possua revestimento especial e não seja de liberação controlada.
Algumas recomendações incluem:
- Consultar o médico ou farmacêutico: Antes de dividir qualquer comprimido, consulte sempre seu médico ou farmacêutico. Eles poderão confirmar se o medicamento pode ser dividido sem comprometer sua eficácia e segurança.
- Seguir as orientações da bula: A bula do medicamento é o guia oficial para o uso correto. Verifique se há informações sobre a possibilidade de dividir o comprimido.
- Utilizar cortadores de comprimidos: Para garantir uma divisão mais precisa, utilize cortadores de comprimidos disponíveis em farmácias. Esses dispositivos ajudam a obter metades mais uniformes.
- Ajuste de dosagem prescrito pelo médico: Em alguns casos, o médico pode prescrever a divisão do comprimido para ajustar a dosagem. Nesses casos, siga exatamente as instruções fornecidas.
Cortar medicamentos ao meio é uma prática que deve ser feita com cautela e sempre sob orientação profissional.
A segurança e a eficácia do tratamento dependem do uso correto do medicamento, e qualquer alteração na forma de administração deve ser avaliada por um profissional de saúde.
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